30 de agosto de 2011

Cantar é mover o dom

O Grifo, esse animal multímodo, adora animais. Eis uma amostra da arte de um de seus cãezinhos de estimação.
Temos um buldogue que domina o contraponto.

27 de agosto de 2011

Agro Ogro


Soja Ogra - arte: ars pauperrima









Nossa contribuição a uma campanha publicitária de molhar os olhos...







Soja - ela é commoditie pelo facilidade de armazenagem - nem os ratos se interessam.

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De toda sorte, o grupo GR é o encontro consonantal fundador de O Grifo. 

Emocionados, não deixamos de cometer o bom versinho


O Ogro Agro pestaneja
sertanojo da bagaça, do trabalho
alheia o ágio com trapaças e aprovos,
semeia a peste com desdouro manifesto.

O grão grato não rompe mais o chão,
que o Ogro conseguiu o exílio de Deméter;
agora, a semente é sogra, avara e magra,
e brota a borrifos de veneno: Roundup Ready.




gratias F2

24 de agosto de 2011

Breve alerta



Acautelai-vos, amigos,
com o ouro urdido pelas mãos do coxo Hefesto.
Não se sente quando enreda,
mas paralisa o incauto em abraço funesto.
As delícias que promete
nada são mais que iscas, e contêm a negra peste.
Se te lançares ao desfrute
e fordes na trama inescapável enredado,
neste dia memorável, meu amigo,
hás de lembrar - ai de ti - deste breve alerta.


22 de agosto de 2011

A criança de Huitzilopochtli

Ouvi outro dia mesmo, uma mãe perguntou para seu filho, já adolescente, o que queria estudar, essas coisas, e o menino: "quero estudar mecatrônica, para trabalhar na indústria bélica".
Ups.
Por que será que ele veio a querer isso? Porque os mais jovens entendem mais a época que se avizinha, como se viessem sintonizados com o porvir, ou será que o futuro é moldado pelos desejos deles, que o viverão?

Veremos o retorno do reprimido?
 De qualquer forma, parece que a indústria bélica vai continuar ganhando muito. Vi análises perfeitamente racionais, segundo as quais o momento faz relembrar 1929, e a reação na verdade insuficiente do New Deal. O ano de 1937 viu nova crise precipitar-se, a economia só voltou a crescer com a guerra, paradoxalmente.
Será essa tendência paradoxal das sociedades humanas, e das economias também humanas, um desejo de imitar na nossa patética escala humana a respiração cósmica de Brahma, que inclui a criação, o florescimento e a destruição de mundos? Ou será um movimento quase instintivo, a auto-destruição de uma espécie enjaulada, horrorizada ao olhar a volta e ver o mundo todo tomado por seus semelhantes?
Em todo o mundo, grupos políticos raivosos parecem dominar a política, mesmo à despeito da vontade popular, que assiste a tudo como que anestesiada, sem canais de expressão.
Sei não. Eu tenho filho pra criar, sai pra lá, Huitzilopochtli.


18 de agosto de 2011

Anotação

Em Outras Inquisições, Jorge Luis Borges conta essa história, que há de querer dizer alguma coisa. Aprendemos que o Buda foi canonizado santo cristão. E nós que achávamos que sincréticos eram os outros. Mas antes é preciso conhecer a história do príncipe Gautama, que se tornou o Buda.

"No início do século VII, um monge cristão escreveu o romance intitulado Barlaão e

Josafá; Josafá (Josafat -- Bodhisattva) é filho de um rei da índia; os astrólogos

predizem que ele reinará sobre um reino maior, que é o da Glória; o rei confina-o em

um palácio, mas Josafá descobre o infortúnio da condição humana na figura de um

cego, de um leproso e de um moribundo e, por fim, é convertido à fé pelo ermitão

Barlaão. Essa versão cristã da lenda foi traduzida para muitos idiomas,


inclusive o holandês e o latim; a pedido do Haakon Haakonarson, foi composta


na Islândia, em meados do século XIII, uma Barlaams Saga. O cardeal César


Barônio incluiu Josafá em sua revisão (1585-1590) do Martirológio Romano;


em 1615, Diogo do Couto denunciou, em sua continuação das Décadas, as


analogias da falsa fábula indiana com a verdadeira e piedosa história de São


Josafá. Tudo isso e muito mais o leitor poderá encontrar no primeiro volume de


Orígenes de la Novela, de Menéndez y Pelayo."

16 de agosto de 2011

Mesa de trabalho

13 de agosto de 2011

Libertas quae sera tamen

Liberdade, ainda que tarde
Custou-me compreender que o jugo interno é que liberta.
Tive muita fantasia de liberdade, de exercer uma imaginação sem freio, de nada fazer enfim, porque nada me constrangia; imaginando-me livre, vi-me jungido dum jugo quase maior que a vida.
Outra ilusão aprisionante é condescender com os impulsos mais obscuros, ou gratuitos, simplesmente porque lá estão; oposto de liberdade, é embrutecimento.
Encontro as pessoas que não se apegaram a um dever-ser, e deixaram de assumir um compromisso maior, e nossos olhares se desencontram. Mas, estou moralizante demais. Apenas intuí essa verdade superior em meio à minha própria ignorância, e a respeito. Percebo que faz todo o sentido.


10 de agosto de 2011

Cães e lobos

A arqueologia e a paleontologia são fantásticas. Quem dedica a vida a essas ciências é privilegiado. Mas suas as aproximações e tentativas que têm de fazer são quase desesperadas, como só os apaixonados conseguem.
Eu também terei, no caso desse fóssil canino da Sibéria , meu palpite a dar; sua comprovação é tão boa quanto qualquer hipótese paleontológica (desculpem a falta de modéstia). Trata-se de um texto sobre a origem enigmática do culto do Apolo Lobo, Apollon Lykos, o Apolo Liceu.
Então é uma postagem meio sem jeito, propagandeando um texto que eu preciso achar lá em casa, nos meus guardados.

7 de agosto de 2011

À beira do abismo

Se houvesse racionalidade no capitalismo financeiro, essa seria a hora do reformismo.
Seria preciso mudar alguma coisa para que tudo continuasse igual.
Mas não há; o que tem é um bando de fanáticos e alguns céticos, outros cínicos; ninguém liga de estar em um ônibus em alta velocidade à beira do abismo.

Não sei se arranjo uma consulta num psiquiatra, estou achando as hipóteses conspiratórias de Bilderberg, do estratagema Obama bem razoáveis. Afinal, o sujeito engoliu uma derrota parlamentar para um grupo de palhaços quando havia opções institucionais à mão, com a consequência previsível de agravar uma crise, essa sim imprevisível.

5 de agosto de 2011

Saudade do coturno

As vivandeiras da caserna já estão mais gastas, mas ainda ficam excitadas...

4 de agosto de 2011

Pergunta Cretina

Se o evangelho ensina que os juros são função do risco, porque os títulos do tesouro brasileiro pagam tanto juro, e os títulos norte-americanos, esse país insolvente, não pagam quase nada?
Respostas para a redação.