31 de outubro de 2007

grafomania

Esgrimindo tocos de grafite, esfalfa-se em escrevinhar acrósticos e adivinhar crepúsculos.
Freqüenta as graves diatribes da escola, e escolhe a dedo as palavras gráceis, ou grossas.
Dia desses, sem mais chega um e diz a ele:
- Seu grifo, tu és acadêmico?
- Não sei. Grafo pandêmico?
O grifo e o outro ficaram na mesma.

22 de outubro de 2007

Um diálogo crítico

Ado - Jorge Luis Borges não viu isso...
Hugo - O cara era cego, também...
ouvem-se gargalhadas, um arroto, esterores de risos. Hugo sua muito
Ado - Num certo conto que não lembro criticou o escritor fictício que escrevera não apenas "azul", mas "azulengo" e até "azulillo"...
Hugo - E daí?
Ado - Sei lá.
Hugo - O cara era boiola, o velho!
Ado - Só.

19 de outubro de 2007

Ars brevis

Canto de pássaro
Brilho do cristal
Enigma da gota
Mistério d´agora.
Agouro fora de hora.

18 de outubro de 2007

El grifón enumera

Enumeracão de coisas: as driádes andam em duos, os trinados vêm em trinca, as quadrilhas em quartetos. Cinco sempre serão as quinas e os quintais, sêxtuplas são as cestas, claro, e o sexo. As setas e certas cítaras são setenais, os outros talvez sejam oito, como as moitas e as oitivas. Os noves escondem-se em novas e as névoas, desejos e destinos vêm em dez.

16 de outubro de 2007

ao Grifo graforismas e grinfarajens

Grafemos sim, graças sem galhos nem trapaças,
ou o que o valha, ditos de agrafanhotos, a escumalha;
traços toscos que revoltos não dizem nada,
sonhos, poeira, uma rosa ou a swastika.