12 de março de 2021

Estado de sítio ou bomba de nêutrons?

 Vemos todos os dias a cavalgadura do planalto soltar seu intestino mal costurado, vocalizando excrescências sem fim; sua ameaça velada, intencionalmente disfarçada de crítica às medidas sanitárias de isolamento, de estado de sítio revela naturalmente sua intenção desde sempre golpista. Ocorre agora um curioso fenômeno, em que a classe realmente dominante no Brasil ainda não desapega de Bolsonaro, afinal, ele entregou todas as medidas de austeridade e de direcionamento do tesouro público para os grandes atores financeiros, mas cuida de manter uma distância sanitária do zelador empregado por eles para tocar, ou tanger, o Brasil.

Cada vez mais ele vai se revelando homicida patológico, e essa revelação é altamente inconveniente para os donos de fato do poder, uma vez que a voracidade e imposição sem admissão de alternativas do capitalismo altamente concentrador e mega oligopolístico é em si mesma homicida e patológica, a uma porque não importa se a fome e a precariedade total de populações inteiras é consequência das políticas econômicas sequestradoras dos recursos nacionais para a concentração e o empoçamento dos recursos públicos nas instituições financeiros, um comportamento socialmente patológico; em segundo, essa revelação é por isso altamente inconveniente, porque o asno empossado revela por seu comportamento a natureza daqueles que o agenciaram para o papel.

Assim, é de supor que a boçalidade e a estupidez crassas que temos que testemunhar possam ter um fim, na medida que o instrumento passa causar inconveniente a seus senhores. Nesse momento apresenta-se Lula, engrandecido por sua prisão injusta e sua resistência sempre positiva nesse período de horror, desde sua prisão injusta, em São Bernardo, noite triste para sempre; Lula pode até receber a benção dos donos do poder, materializada na definitiva restituição dos seus direitos políticos, embora dada com desconfiança pelos senhores da casa grande, que naturalmente - como apregoa esgoelada a mídia podre, a imprensa servil - prefeririam um campeão branco, um Dória ou Luciano Huck. Por sorte, os donos do poder podem muito, mas não podem fazer um morto andar. 

Pode ser que ainda tenhamos o destino de tornarmo-nos um risco sanitário tal que a comunidade internacional, para evitar novas mutações apavorantes do coronavirus, decida intervir no Brasil, de forma cirúrgica, limpa: algumas bombas de nêutrons destroem toda a vida e mantêm intacto o patrimônio. Depois eles ainda dão, sei lá, o Sergipe para os palestinos, e Joe Biden ganha o Nobel da Paz. Essa será a façanha derradeira da classe dominante brasileira, que nunca teve vergonha de espoliar o povo e esfolar o território, sempre a serviço de potências estrangeiras. E ainda neste dia os remanescentes dessa elite acanalhada e servil, exilados em Miami, hão de mostrar satisfação com o país arrasado, ocupado, tal a rejeição doentia que nutrem pela terra que os enriqueceu por gerações. A partir desse dia, no entanto, a longo prazo virá sua ruína, pois quando roerem o patrimônio que o Brasil lhes conferiu, terão de passar a trabalhar, ruína da elite mentalmente escravocrata. 

11 de janeiro de 2021

Sombras

 Tempo sombrio esse em que a doença se espalha, está em total descontrole no Brasil, não são feitos testes nem nenhuma recomendação médica, epidemiológica é seguida, aqui no fim do mundo ninguém liga, as mortes vão se amontoando pois nosso povo sempre foi bucha de canhão, e agora essa realidade se mostra sem disfarce para todos nós, para mim, para o improvável leitor, e até por isso temos uma quadrilha qualificada no poder, por isso mesmo, porque ninguém liga, o milico de plantão na saúde participa de pleno direito do bando associado ao sequestro do poder popular. E ninguém liga desde que não haja a menor fumaça da possibilidade de não estarmos firmemente vendidos a todos os desígnios do capital e do departamento de estado norte americano. E, novidade, estamos. Quando formos alertados, estimulados  de toda maneira pela mídia hegemônica, nesse momento saibam que existirá algum tênue risco de nos descolarmos das regras no capital e do departamento de estado norte-americano. No momento não temos, essas lamúrias relativas à vacina não passam disso, meras lamúrias. A suposta elite brasileira é e sempre foi predatória, e por isso não se importa em derreter o patrimônio, que é o que pode acontecer se houver um embargo sanitário ao país, embargo ao trânsito de pessoas e mercadorias. Pode parecer exagero, mas hoje os japoneses detectaram vírus originários daqui, do fim do mundo, com diversas mutações, diferentes das já detectadas pelo mundo, e isso foi porque japoneses vieram à Amazônia, e , na volta, pronto, detectado, aqui não há detecteção de nada, exame de porra nenhuma, aqui ninguém liga.