21 de outubro de 2012

Música de Rua III

Banda de gaita de foles, Brooklin, hoje




10 de outubro de 2012

desabafo murmurado


Esses dias ando irritado com tanta gente a proclamar sua moralidade. Desconfio.
O fato é que um governo popular, minimamente popular, sofreu um golpe. Não foi golpe de morte, mas o sangue atiça os tubarões.
O Judiciário está sendo instrumentalizado neste momento, nestas paragens da impunidade, ao punir exclusiva e unicamente membros desse governo.
Como não estranhar a coincidência? Não se pode, é claro, clamar pela inocência dos corruptos, é aí que está a artimanha do golpe.

E tudo isso entregue de bandeja a uma facção política que nem sequer com a indústria nacional dialoga, no máximo com ruralistas, assassinos e igrejas. Uma facção que fez política de terra arrasada da indústria nacional em tantos setores, que vendeu patrimônio público a preço de banana embolsando mais dinheiro do que a imaginação pode contar.

É para isso que as pessoas batem no peito? Para afastar esse governo popular, minimamente popular, que criou um mecanismo de transmissão de renda para os miseráveis, que funcionou!! Que funciona.

Não tenho dúvida de que alguns meteram a mão em dinheiro do povo. E outros não. Nem quero com isso dizer que, se a prática é geral, deixem para lá. Não. Mas não posso admitir que se venha utilizar a Justiça, os órgãos de imprensa oligopolizados, para tornar inviável um governo minimamente orientado para o povo. E o povo assim está entendendo, vide o resultado das eleições.

A condenação, ouso dizer, será única, veremos no futuro breve; será única, e nessas terras tristes a pilhagem continuará, desde que mais desbragada, desde que não haja esperança de que o Estado possa, mesmo que por alguns momentos, mesmo que de forma mínima, servir ao povo.
O herói do momento não tem sido cantado pela TV

Lembre-se então, sua indignação está sendo utilizada como instrumento, a Justiça do Brasil está sendo utilizada como instrumento, e os beneficiários da ação desses instrumentos serão essas facções que vêem no Estado brasileiro um instrumento de espoliação do povo e do território, que é o que sempre foi. O Inimigo.

Gostaria muito de estar errado, de ver amanhã ou depois que não, que corruptos foram condenados, e assim continuarão a ser, que a pilhagem será enfim contida, que as hienas vão para as jaulas, pela ação firme da nossa Justiça. Porque, quanto aos jornais e demais órgãos de imprensa, nem esperança dá pra ter. Ah, sim, como eu gostaria disto. Mas eu duvido. Eu desconfio, e como dói essa desconfiança.