27 de fevereiro de 2009

A volta do Grifo

O Grifo reapareceu lá no meu cafofo; veio voejando de nor-nordeste, e, depois de descrever uma trajetória elíptica, pousou sobre o muro de casa, quase firme depois das chuvas.



- Epa, seu Grifo, quem é vivo, hein?

- Olá, meu caro ser humano; como ides, seu Gomide? (não se pode exigir coerência dos animais de fábula; eu não me chamo Gomide.)

- Cuidado com esse muro, Grifão, tá meio bambo e o barranco não segura.

- Ahã, soube outro dia que esperto é quem fica em cima do muro. Almejo a esperteza humana, que vê virtudes na contradição.

- Olha lá, tá falando que nem doutor, hein?



Fui interrompido pela bicada bestial do grifo no ar. O grifo come mosquitos? Nem sei, deixei o bicho lá, e até agora ficou. Assusta todos os gatos do bairro, esse bicho esquisito sobresito por lá. Tocar o grifo? Sei não.

20 de fevereiro de 2009

Quem mandou ler jornal?

No Brasil, o governo militar foi uma "ditabranda", segundo a Folha de São Paulo. O que é que tem uma ditadura benigna, até boazinha?
Não teve PARA-SAR, o Estado não matou cidadãos considerados crimonosos sem o devido processo, não teve choque elétrico, tortura ou pau de arara.
Ou, se teve, não importa. A Folha vai corajosamente assumir seu apoio à ditadura de 64, assim como corajosamente posou de paladina das Diretas, ainda antes do cadáver da dita cuja esfriar.
E hoje ainda chama de cínicos leitores que escrevem em protesto; o professor Fábio Konder Comparato só pode criticar a Folha se antes abjurar o regime cubano. O que é que tem a ver com as calças?
Que nojo, Folha de São Paulo; assumam a cagada que fizeram, e depois disso FECHEM ESSE PASQUIM RIDÍCULO E VÃO GANHAR A VIDA HONESTAMENTE, SEUS BOÇAIS!!!!

17 de fevereiro de 2009

Ensignância

Ensenhança

ensinança de Anunciação:


o Signo

em plena Signância

Qualquer Consciência -

Mera Semelhança

Cadê

Onde estão as Notícias Populares que não mandam mais notícias?

12 de fevereiro de 2009

Índice de mentiras

Compulsados a compilar um índice de mentiras, os autores declinaram, diante das versões´em conflito de seus informantes.

3 de fevereiro de 2009

Críptica

Quis um dia exercer a crítica
com a lança da verdade,
com o ferro da ironia,

um a um
derrubei
os moinhos
e o vento.

As palavras, os sentimentos, esses canalhas,
nada sobreviveu a esse torto olho sínico
ruíram grandiosos edifícios, pedra e pedra.

Na poeira, me pergunto em voz alta :
não é que era mesmo
a liberdade um jugo
e vice versa?