22 de abril de 2013

Os galhos e a árvore


Já sabemos todos os dois ou três leitores eventuais dessas linhas que eu tenho umas poucas idéias, duas ou no máximo três, todas fixas; uma delas é a da Carta Roubada, the Purloined Letter, de Edgar Allen Poe: o sujeito rouba uma coisa importante, uma carta, e a polícia vai atrás, invade seu escritório secretamente, vasculha o ambiente nos mais mínimos detalhes, com escrúpulo científico, chegando a serrar móveis, procurar paredes falsas etc. Não encontram a carta. Pois bem, onde estava escondida a carta roubada, tão importante? Em cima da mesa, entre diversos papéis desimportantes.

Assim se escondem as coisas relevantes. No insuspeito primeiro plano. Neste caso da bomba explodida em Boston, feita com uma panela de pressão, as conjecturas, centenas de ramos que se subdividem e intrigam o público, ocultam uma verdade óbvia: temos ataques gratuitos a civis dentro de uma nação que ataca gratuitamente civis em todo o mundo sem ligar para as formalidades do direito internacional, com os odiosos drones, máquinas de guerra teleguiadas, que propiciam um ataque sem reação possível: no máximo se abate uma máquina, nenhum combatente.

Aqui na nossa América del Sol, palpitam com frequência, e têm preferido a via politica - sobretudo porque encontram sempre mediuns dispostos a incorporar "a voz do dono" -  do que a militar, a que lançam mão sem medo no Afeganistão, Paquistão, e em todo o Oriente Médio.

19 de abril de 2013

14 de abril de 2013

Entreouvido nas cercanias da rua XV de novembro


" - A remuneração do fator Trabalho superou a do Capital em muito no caso dos grandes bancos, especialmente aqueles grandes bancos da Inglaterra e dos Estados Unidos. Aqueles que quebraram ou quase.
Ou os profissionais do mercado financeiro não são Trabalhadores? Os donos do capital, naquela ocasião, saíram perdendo, e muito."
" - O setor financeiro é o mais dinâmico da economia, hoje..."

Perdi o resto da conversa. Tinha de ir cortar o cabelo, de qualquer jeito. E andava pensando na nossa natureza ondulatória. E nos vazios que existem (?) entre os elétrons. Esse est percipi, como dizia um tio nosso.

12 de abril de 2013

Música de Rua V

Musa errática e uma câmara cambaleante

Na rua XV de Novembro, já tem algum tempo


10 de abril de 2013

Música de Rua IV


Rua XV de Novembro x Praça da Sé. 

1 de abril de 2013

Soja Cáustica



As empresas de alimentos não têm responsabilidade social, isso não é novidade.

Agora, engarrafar soda cáustica e vender como suco de maçã é um pouquinho demais.


Suco HADES
Mas não é, como naqueles anúncios de quinquilharias da TV, não é só isso!!!

Os grandes varejistas estão prontos a enfileirar centenas de embalagens do suco ADES nas suas prateleiras, cortesia da UNILEVER.

Um sujeito da empresa vai ao jornal para dizer que não houve nada, praticamente nada, foram 96 garrafas de soda cáustica postas a venda, apenas; tudo está sob controle, não corram, como diziam os ETs em Marte Ataca.

O jornal Estadão publica que, por um engano, os varejistas estavam tirando o suco HADES das prateleiras, pois o problema tinham sido as apenas 96 embalagens, viram, com soda cáustica. Isso há alguns dias; estavam preparando a volta do produto às prateleiras.

E estão por aí, a venda, milhares de embalagens de suco HADES, não houve nada. Não corram, voltem para suas casas. Estamos sob a mais perfeita narcolepsia, uma lobotomia que não deixa marcas.

E o governo, esse paquiderme velho e carcomido, é um balcão das grandes empresas. A ANVISA foi rigorosíssima, tenho certeza, com a UNILEVER. Mas ela nem sentiu cócegas. Vá eu, incauto, criar porcos, e manter um discreto abatedouro dos gentis suínos na minha casa; afinal, eu acredito na livre iniciativa. A ANVISA será rigorosíssima comigo: eu vou sentir na pele, e no bolso, uma porrada da qual nem me levantarei tão cedo. Se é que um dia me refaço do golpe.

Frutos do mal

Então, meus amigos, continuem debatendo qual é o melhor partido, quem é o fulano que mais se dedica ao povo; no final, o resultado é indiferente, a ação do capital deve continuar. Quem fica reclamando pode ser até diagnosticado, a normalização dos comportamentos tem tido grandes progressos sob as bençãos da indústria farmacêutica.

Há uns anos atrás, um bom número de anos, quando o sistema era mais rudimentar, havia autoridades que se arvoravam a proclamar os benefícios da soja para a alimentação humana; imagine, vendia-se muita soja em grão, desprezando o Valor Agregado. Hoje, a coisa é bem mais sofisticada. Mas o interesse na soja é o mesmo: tem valor de commoditie porque é um grão que nem os ratos têm interesse. Nem sei se os fungos têm. Pode ser armazenada facilmente, durante muito tempo. Pode-se formar um estoque.