22 de abril de 2013

Os galhos e a árvore


Já sabemos todos os dois ou três leitores eventuais dessas linhas que eu tenho umas poucas idéias, duas ou no máximo três, todas fixas; uma delas é a da Carta Roubada, the Purloined Letter, de Edgar Allen Poe: o sujeito rouba uma coisa importante, uma carta, e a polícia vai atrás, invade seu escritório secretamente, vasculha o ambiente nos mais mínimos detalhes, com escrúpulo científico, chegando a serrar móveis, procurar paredes falsas etc. Não encontram a carta. Pois bem, onde estava escondida a carta roubada, tão importante? Em cima da mesa, entre diversos papéis desimportantes.

Assim se escondem as coisas relevantes. No insuspeito primeiro plano. Neste caso da bomba explodida em Boston, feita com uma panela de pressão, as conjecturas, centenas de ramos que se subdividem e intrigam o público, ocultam uma verdade óbvia: temos ataques gratuitos a civis dentro de uma nação que ataca gratuitamente civis em todo o mundo sem ligar para as formalidades do direito internacional, com os odiosos drones, máquinas de guerra teleguiadas, que propiciam um ataque sem reação possível: no máximo se abate uma máquina, nenhum combatente.

Aqui na nossa América del Sol, palpitam com frequência, e têm preferido a via politica - sobretudo porque encontram sempre mediuns dispostos a incorporar "a voz do dono" -  do que a militar, a que lançam mão sem medo no Afeganistão, Paquistão, e em todo o Oriente Médio.

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