Funciona assim, o banco é assaltado, seus caixas eletrônicos são arrombados e saqueados.
A solução inteligente: a máquina, ao ser arrombada, tinge as cédulas de dinheiro. O ladrão leva o dinheiro do mesmo jeito, mas o dinheiro está pintado.
Então não era melhor colocar lá uns guardas, para evitar que o sujeito leve o dinheiro?
Não, seu burro!
Guarda custa caro, tem de pagar, tem salário, benefícios, enfim uma canseira sem igual.
Muito melhor apelar para a tradicional bonomia do brasileiro, esse mulato inzoneiro, essa gente bronzeada de tanto valor.
A nota pintada não vale mais. Pronto.
(última forma: o BC voltou atrás. Há de ter sido pela campanha inflamada deste Grifo)
O produto do roubo não é mais nada. Roubaram vento, menos que vento.
O detalhezinho é que você, incauto que sequer possui um banco, pode pegar umas dessas notas por aí. Inclusive num caixa de banco. E daí o prejuízo é seu.
O banco pode repassar a nota pintada pra você, você não pode repassar ao banco, quem você pensa que é?Não é inteligente a solução? Os caras roubam o banco, o dinheiro não vale mais. Quem perde é você, idiota que recebe uma nota dessas. Porque aquele dinheiro não vale mais nada.
Contabilmente, de uma penada, o dinheiro sumido não é prejuízo do banco.
Agora, o cretino, digamos aposentado que vai e retira sua aposentadoria na máquina do banco, e, digamos, uns 40% do valor da aposentadoria, ou quem sabe 80%, vêm em notas pintadas, que o idiota não percebe. O aposentado, que vive a causar rombos nas contas públicos, perdeu. As notas não valem.
O problema é que ele é tonto, está acostumado a confiar que o banco vai dar a ele seu dinheirinho, deduzidas evidentemente as taxas (aquelas que cobrem todo o custo operacional do banco) quando ele pedir.
O banco dá. A nota é pintada. Ah, então, como aquele dinheiro não é mais dinheiro (ganha uma bala na cara aquele que refletir sobre a dimensão ontológica do capital) - então o sujeito, aquele aposentado cretino, pode sacar de novo, certo?
Claro que não! Quem ele pensa que é? O dinheiro já saiu da conta dele! O banco é uma instituição séria!
A conta corrente foi debitada, e o crédito não existe.
Como pode ser isso? O dinheiro sumiu?
Não sumiu com o assaltante, porque já não valia nada na hora em que o meliante arrombou o caixa.
Com quem você acha que está o dinheiro?

Quando seu dinheiro entrou no banco, era bom.
Quando saiu, não era mais seu, nem era mais dinheiro.
Sorria, você está sendo assaltado. Resta o custo do papel moeda inutilizado; esse vai ser pago pela Casa da Moeda. É dinheiro público, então; isso, já sabemos, é coisa de trouxa. O dinheiro e os aparelhos do banco já estavam, de toda forma, sob seguro.
O Banco Central anunciou no dia 1°que notas de real danificadas por dispositivoantifurto instalados nos caixas eletrônicos,alvo de numerosos ataques por ladrões recentemente, não serão válidas para efetuar pagamentos e quem as possuir não será ressarcido dos valores.
Para o Procon-SP “não é admissível que uma medida de segurança privada intrínseca à atividade bancária seja repassada à população.
Essas notas danificadas já circulam no mercado, inclusive nos pontos de atendimento das instituições financeiras, como os
caixas eletrônicos. O consumidor que realizar um saque de um caixa eletrônico e se deparar com uma nota manchada não terá como contestar e pedir a reparação de imediato.”
Por esse motivo, o Procon-SP oficiou ao Banco Central solicitando esclarecimentos e readequação das normas às diretrizes do Código de Defesa do Consumidor, que pressupõe a boa-fé. Até que haja manifestação do BC, os consumidores devem ter atenção redobrada e não aceitar nenhuma nota suspeita. De acordo com o BC, o objetivo da medida é dificultar a circulação de notas roubadas ou furtadas e ajudar na redução dos casos de furtos e roubos a caixas eletrônicos que vêm acontecendo nos últimos meses. A decisão consta de regulamentação específica do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (BC), por meio da Resolução 3.981 e Circular 3.538, que orientam o portador de nota
danificada a procurar uma agência bancária e entregá-la. A nota será encaminhada para análise e, caso fique comprovado que o dano foi em decorrência do dispositivo antifurto, o banco comunicará ao portador. Os valores não serão ressarcidos.
Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de Imprensa do Procon-SP
2 comentários:
Bonomia tupiniquim.
E lá vai nóis!
É engraçado mas todo mundo, o mundo inteiro, se rege pelo racional quando o que impera é justamente o irracional.
A gente só semos "irracionais" quando podemos exercer a autoridade em cima de alguém que não vai dfar um pio.
Engraçada essa noção de sociedade...
P.S. - Não parei de seguir o blog não. Só publicamente.
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