Hoje é dia de fazer um choro novo
em que cantem em coro raivoso
as notas que deixaram de soar
nas requintas da manhã, na praça da matriz;
Que dancem em trejeitos esquálidos
os loucos, os velhos e os tarados;
que passem a uivar os cães
e haja assim como um pressentimento,
uma nuvem escura carregada por um vento
súbito, forte e tempestuoso;
que o choro não seja essa música divertida,
bucólica, alegre, essa nostalgia,
dum tempo que ninguém sabe,
mas a música solar da madrugada,
o silêncio do balanço das taquaras,
contraponto ao rumor das avenidas.
26 de fevereiro de 2011
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