25 de outubro de 2010

Um Choro-Canção de desencanto

Debaixo dessa luz exagerada,
da praia de onde olhamos a cidade
estranha, já nem me espanta, meu amor,
que mintas com essa cara deslavada,
desperdiçando tuas palavras de isopor.

Tantas estórias, tantos contos
e no fim mais entretantos
que um exórdio de Moral.
As voltas dos teus ditames
ao final, meu bem, serão liames
da corda que teceste a vossos pés.

Diga-me o simples que for,
a verdade não magoa ninguém,
sem maldade, quando dita por bem,
Só assim saberei tua dor.

Larga desses planos ruminados na penumbra,
dessa falta de tato, dessa política estúpida,
desses estranhos que vêm dançar em teu salão...
Lembra de deixar ao menos um recado
se descobrires, afinal, o que procuras,
antes da vida te propor o teu final...

Não guardo mais meus antigos pergaminhos,
O vento guia meus pés pelos caminhos,
A estrada velha é nova, como o chão que vai;
Com um choro-canção de desencanto,
ninguém nota que estive chorando,
esqueça meu nome solto pelo ar...

Diz que tem ido além,
dessa terra nasceu o vazio,
quem passou a barra do rio
hoje vive por mal ou por bem.

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