7 de maio de 2010

A máquina paródica do Grifo - VII

Entramos. Na penumbra não se via muita coisa; os passos do outro lado da porta cada vez mais distantes. Éramos conduzidos por corredores escuros, de quando em quando ofuscados pelas eventuais janelas que se abriam. Os passos metálicos ecoavam. Havia capotes verdes e bonés militares. Entrevi na penumbra uma pistola na cintura de uma mulher de cabelos presos no topo da cabeça.

O labirinto de corredores nos levou enfim a outro galpão, ampla caverna subterrânea. A luz difusa não vinha de fontes artificiais, vinha do teto, como que permeável. E no entanto eu tinha certeza de que havíamos descido; devíamos estar abaixo do nível do chão.

O Grifo caminhava sobre duas pernas, as asas encolhidas; eu estava curioso; detido, mas nossos guardas pareciam até respeitosos. Quis até ensaiar um sorriso para uma loirinha ajeitada, de uniforme militar – teria eu um fraco por uniformes? Passávamos por estruturas metálicas incompreensíveis, em meio a tubulações que davam voltas e subiam para o teto altíssimo.

Súbito, uma mesa, um homem grisalho sentado diante dela, de óculos de aro fino sobre o nariz; olhou-nos sobre as lentes, com um esboço de sorriso: - Chegaram, afinal!

Havia duas cadeiras, sentamo-nos como se fosse o esperado. A escolta sumira em silêncio.

O homem usava uniforme, com galões e estrelas; magro, nos encarava com olhos grandes, com um quarto de sorriso, que aumentou quando começou a falar, encarando o Grifo inicialmente.

- Então são vocês. Têm idéia do que estão fazendo?



o que acontecerá com nossos heróis?



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