Juiz dirige embriagado, arruma confusão, acaba na Delegacia.
O Juiz logo seria promovido a desembargador, a confusão não atrapalhou; de fato, a promoção aconteceu.
O Delegado que o deteve na ocaisão da bebedeira não teve a mesma sorte: foi exonerado, não tendo sido confirmado no estágio probatório.
Engraçado que no caso o processo do estágio probatório já contava com pareceres negativos, três, passou pela Casa Civil e foi parar na mesa do Governador um mês antes do fim do estágio probatório.
Deve ser um novo recorde de velocidade em processos dessa espécie.
Porque o processo do sujeito que deteve o Juiz correu como quem viu assombração?
Será possível que por artes macabras o fato de S Excia ser natural de Garanhuns e habitante de São Bernardo do Campo pode ter algo a ver?
Deu na Folha:
O delegado Frederico Costa Miguel, 31, foi exonerado da Polícia Civil de São Paulo. A exoneração, assinada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi publicada ontem (27) no "Diário Oficial".
Há 80 dias, Miguel acusou Francisco Orlando de Souza, magistrado do Tribunal de Justiça, de dirigir sem habilitação, embriaguez ao volante, desacato, desobediência, ameaça, difamação e injúria.
O governo nega qualquer relação entre a exoneração do delegado e o incidente.
Souza discutiu no trânsito com um motorista e ambos pararam no 1º DP de São Bernardo do Campo (ABC Paulista) para brigar, mas foram impedidos pelo então delegado.
Apesar da repercussão, o caso não foi investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. Dez dias após o incidente, o juiz foi promovido a desembargador pelo TJ.
Por conta do caso, o presidente do TJ paulista, José Roberto Bedran, pediu para a Secretaria da Segurança Pública criar a função de "delegado especial" para cuidar de casos envolvendo juízes. O pedido não foi atendido.
"Estou surpreso com a exoneração. Não sei os motivos da decisão do governador e não tive direito de defesa", disse o ex-delegado.
Segundo o ato, Miguel foi exonerado por não ser aprovado no estágio probatório de três anos. Ele chegaria ao fim dessa fase em 30 de janeiro.
Desde 2008, quando entrou na polícia, Miguel foi alvo de três apurações na Corregedoria. Em todas, ele obteve pareceres favoráveis.
Miguel era plantonista quando apartou a briga, em outubro. Segundo o delegado, o juiz gritou várias vezes: "Você não grita assim comigo, não! Eu sou um juiz!".
O desembargador afirmou ontem que não sabia da exoneração e que "tudo não passou de um mal-entendido".
Souza disse ainda ser alvo de apuração na Corregedoria do TJ. A assessoria do órgão disse não ter acesso aos documentos da investigação "porque ela é sigilosa e por conta do recesso do Judiciário".
ESTÁGIO
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), por meio de sua assessoria, disse que "a exoneração de Frederico Costa Miguel seguiu a lei sobre estágio probatório de delegados de polícia".
"A decisão segue recomendação do Secretário da Segurança Pública [Antonio Ferreira Pinto], por sua vez fundamentada em três pareceres distintos: do Conselho da Polícia Civil, do Delegado-Geral de Polícia e da Consultoria Jurídica da Secretaria da Segurança Pública", diz a nota.
"Após processo administrativo, no qual o servidor teve assegurado o contraditório e a ampla defesa, as três instâncias concluíram que o delegado não podia ser confirmado na função diante dos fatos ocorridos em agosto de 2010 e janeiro de 2011 [três investigações contra Miguel]", continuou a nota.
Segundo a nota, o ex-delegado demonstrou falta de equilíbrio, prudência, bom senso e discernimento. A nota não diz quantos delegados são exonerados por ano na fase probatória.
Má época para tal notícia, hein Dra. Eliana Calmon?
Mais no Flit Paralisante
28 de dezembro de 2011
27 de dezembro de 2011
não vou por aí
No mais é ler, meus amigos, o Cântico Negro:
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
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00:33
25 de dezembro de 2011
ninguém nasce de fora pra dentro
A truculência dos desejos, os gritos e as risadas, os rojões e a champanhe afugentaram o espírito, que só se revelou na palha do estábulo, entre os bichos, seus pais em fuga, sem ter pra onde ir.
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19:13
19 de dezembro de 2011
O fim de alguma coisa
Hoje de manhã esbarro inesperadamento com o Grifo, o que sempre é assustador, dado que ele tem mais de 3 metros de altura.
Foi na Boca, nas cercanias da rua Vitória; Ó Grifo, perguntei, o que fazes por aqui?
Disse o monstro que cuidava duns assuntos. Não insisti.
Algo está para acabar, disse de repente com voz sibilina; mas o que, Grifo, vai acabar?
Em tom profético, o Grifo disse gravemente:
- A Copa do Mundo do Brasil marcará o fim do futebol brasileiro como referência em arte e cultura de massa. O Jogo irá perder um dos encantos. Depois serão outros jogos os preferidos, talvez essa matança de que as pessoas gostam, esse combate cruel de vale-tudo.
- Você diz a última febre, o aclamado Ultimate Fighting? Nada mais chique, meu caro Grifo, no meu tempo tínhamos a Múmia contra Fantômas, nem sabíamos como éramos declassées...
Nem ouviu o Grifo ao meu comentário atualizado, o Grifo quando em transes proféticos não é um conversador agradável.
- Pois digo que em 1950 o Brasil perdeu a Copa, e depois tornou-se o dono do Jogo, o Mestre; agora, ainda mais se ganhar essa Copa, então veremos a decadência final do futebol brasileiro. Mas se perder também. Se bem que o demônio da simetria esconde-se nos desvãos da história. Mais dez anos e nenhuma criança quererá jogar bola no quintal.
- Mas já jogam só no videogame, ô Grifo, ia eu dizendo, quando a ave levantou súbito vôo.
Já estávamos perto da cracolândia, ninguém deu importância ao fato do animal alado sair voando assim sem mais. Só eu que o xinguei em silêncio.
Depois fiquei embatucado com o tom profético do Grifo. Será que a ave monstruosa teria razão, no final?
Foi na Boca, nas cercanias da rua Vitória; Ó Grifo, perguntei, o que fazes por aqui?
Disse o monstro que cuidava duns assuntos. Não insisti.
Algo está para acabar, disse de repente com voz sibilina; mas o que, Grifo, vai acabar?
Em tom profético, o Grifo disse gravemente:
- A Copa do Mundo do Brasil marcará o fim do futebol brasileiro como referência em arte e cultura de massa. O Jogo irá perder um dos encantos. Depois serão outros jogos os preferidos, talvez essa matança de que as pessoas gostam, esse combate cruel de vale-tudo.
- Você diz a última febre, o aclamado Ultimate Fighting? Nada mais chique, meu caro Grifo, no meu tempo tínhamos a Múmia contra Fantômas, nem sabíamos como éramos declassées...
Nem ouviu o Grifo ao meu comentário atualizado, o Grifo quando em transes proféticos não é um conversador agradável.
- Pois digo que em 1950 o Brasil perdeu a Copa, e depois tornou-se o dono do Jogo, o Mestre; agora, ainda mais se ganhar essa Copa, então veremos a decadência final do futebol brasileiro. Mas se perder também. Se bem que o demônio da simetria esconde-se nos desvãos da história. Mais dez anos e nenhuma criança quererá jogar bola no quintal.
- Mas já jogam só no videogame, ô Grifo, ia eu dizendo, quando a ave levantou súbito vôo.
Já estávamos perto da cracolândia, ninguém deu importância ao fato do animal alado sair voando assim sem mais. Só eu que o xinguei em silêncio.
Depois fiquei embatucado com o tom profético do Grifo. Será que a ave monstruosa teria razão, no final?
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12 de dezembro de 2011
Ode à burrice
Tenho estado farto dos bem aventurados, dos iluminados, daqueles que acreditam em sua própria voz sem duvidar por um instante que seja. Tenho estado farto daqueles que querem me convencer, com ou sem tapinha nas costas, que o melhor é ceder minha carteira, eles têm certeza do caminho, prometem novo dia desde que acreditemos, desde que tenhamos a cartilha e saibamos entoar a melodia do coro dos contentes. Estou muito puto com os indignados que desfilam sua coreografia enquanto outros passam a mala preta entre a assistência satisfeita; estou por aqui com quem conta estórias róseas e arrota moralidades brandas, ao agredir com o que tiver na mão quem quer que pergunte afinal, para que tal espetáculo grotesco?
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23:59
29 de novembro de 2011
PM: o Perigo Moral
Instituição podre, a quintessência da PM, que recruta entre as classes mais baixas da sociedade, é ser anti-povo.
O Povo quando se manifesta é reprimido pela PM.
O criminoso quando comete seus crimes pode obter a cumplicidade da PM. Basta que entre em um acordo razoável.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo é o sintoma mais visível de que o Estado Brasileiro nasceu e criou-se para dominar e reprimir seu povo, não como instrumento de defesa e crescimento do povo e da nação brasileira, mas como instrumento para a pilhagem do país e a intimidação do povo.
Nem o exército brasileiro tem mais esse viés, acredito, pois há muito entre os altos oficiais ficou patente que do dever de defender a Pátria decorrem certas consequências políticas incontornáveis.
Mas a PM em São Paulo cotidianamente pratica a TORTURA e agride ao povo.
E há políticos nefastos que orgulham-se de aparelhar o serviço público de São Paulo com o autoritarismo, a ignorância e a brutalidade dos coronéis da PM, que têm uma virtude que agrada sobremaneira aos políticos mais torpes: sabem por instinto de que lado está o poder, e sabem intimidar aqueles a ele contrários.
O Povo quando se manifesta é reprimido pela PM.
O criminoso quando comete seus crimes pode obter a cumplicidade da PM. Basta que entre em um acordo razoável.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo é o sintoma mais visível de que o Estado Brasileiro nasceu e criou-se para dominar e reprimir seu povo, não como instrumento de defesa e crescimento do povo e da nação brasileira, mas como instrumento para a pilhagem do país e a intimidação do povo.
Nem o exército brasileiro tem mais esse viés, acredito, pois há muito entre os altos oficiais ficou patente que do dever de defender a Pátria decorrem certas consequências políticas incontornáveis.
Mas a PM em São Paulo cotidianamente pratica a TORTURA e agride ao povo.
E há políticos nefastos que orgulham-se de aparelhar o serviço público de São Paulo com o autoritarismo, a ignorância e a brutalidade dos coronéis da PM, que têm uma virtude que agrada sobremaneira aos políticos mais torpes: sabem por instinto de que lado está o poder, e sabem intimidar aqueles a ele contrários.
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23:59
22 de novembro de 2011
Comitê de defesa da revisão de textos
Ai meus tempos de copidesque...
Importante "portal noticioso" (?!?) (fecha a porteira, iaiá...) publica como título de notícia o seguinte:
"Governador deve participar da Marcha Paulista em Defesa dos Municípios, no qual Serra faltou em 2009"
Qual será a referência da expressão "no qual"?
a) Governador
b) Defesa
c) Municípios
d) Serra
e) n.d.a.
Importante "portal noticioso" (?!?) (fecha a porteira, iaiá...) publica como título de notícia o seguinte:
"Governador deve participar da Marcha Paulista em Defesa dos Municípios, no qual Serra faltou em 2009"
Qual será a referência da expressão "no qual"?
a) Governador
b) Defesa
c) Municípios
d) Serra
e) n.d.a.
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00:15
21 de novembro de 2011
11 de novembro de 2011
A prisão de um empresário de sucesso
O setor econômico que mais irriga a corrupção do Estado é o tráfico de drogas. Exatamente porque depende da complacência do agente público para continuar a existir; a polícia conhece os pontos de venda de droga. A polícia conhece o distribuidor. A polícia conhece o atacadista e o produtor.
Mas sabe agir na repressão ao consumidor individual. Até na universidade, como vimos.
Num certo sentido, faz lembrar o sistema tributário brasileiro; sem ironias, mostra muito bem o funcionamento da nossa sociedade. A ação deletéria para o povo, o coméricio de drogas, é levada a cabo com a cumplicidade do Estado, que é pilhado e invadido pelo poder da corrupção.
O único a sofrer sanção no processo é o povo, na pessoa dos compradores, usuários de droga, que não são párias; esses são reprimidos ocasionalmente, para mostrar que aqui a lei é cumprida.
O confisco de 50% do faturamento supera qualquer alíquota existente no Brasil.
A legalização é a única saída, antes que os próprios agentes públicos (será que já não aconteceu?) tomem a frente e posicionem-se como os próprios responsáveis pelo negócio.
O comerciante de drogas ficará sujeito a todas as posturas e regulamentos possíveis, e recolherá o devido aos cofres públicos, não alimentará a cadeia da corrupção. Leiamos a notícia:
"Num longo depoimento na sede da Polícia Federal na madrugada de quinta-feira, acompanhado por um grupo restrito de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, preso na quarta-feira na Lagoa , afirmou que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a policiais civis e militares da banda podre. A propina gorda seria entregue a numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas, de casos de extorsão. Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.
- Metade do dinheiro que eu ganhava era para o "arrego" (gíria para propina) - afirmou Nem.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse em entrevista ao "RJ-TV", da TV Globo, que gostaria muito que Nem falasse mesmo o que sabe, por conhecer "a arquitetura do tráfico de drogas e como são os meandros da corrupção".
Evidente que o ilustre Nem, empresário bem sucedido, não poderá falar mais de 20% do que sabe.
Mas sabe agir na repressão ao consumidor individual. Até na universidade, como vimos.
Num certo sentido, faz lembrar o sistema tributário brasileiro; sem ironias, mostra muito bem o funcionamento da nossa sociedade. A ação deletéria para o povo, o coméricio de drogas, é levada a cabo com a cumplicidade do Estado, que é pilhado e invadido pelo poder da corrupção.
O único a sofrer sanção no processo é o povo, na pessoa dos compradores, usuários de droga, que não são párias; esses são reprimidos ocasionalmente, para mostrar que aqui a lei é cumprida.
O confisco de 50% do faturamento supera qualquer alíquota existente no Brasil.
A legalização é a única saída, antes que os próprios agentes públicos (será que já não aconteceu?) tomem a frente e posicionem-se como os próprios responsáveis pelo negócio.
O comerciante de drogas ficará sujeito a todas as posturas e regulamentos possíveis, e recolherá o devido aos cofres públicos, não alimentará a cadeia da corrupção. Leiamos a notícia:
"Num longo depoimento na sede da Polícia Federal na madrugada de quinta-feira, acompanhado por um grupo restrito de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, preso na quarta-feira na Lagoa , afirmou que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a policiais civis e militares da banda podre. A propina gorda seria entregue a numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas, de casos de extorsão. Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.
- Metade do dinheiro que eu ganhava era para o "arrego" (gíria para propina) - afirmou Nem.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse em entrevista ao "RJ-TV", da TV Globo, que gostaria muito que Nem falasse mesmo o que sabe, por conhecer "a arquitetura do tráfico de drogas e como são os meandros da corrupção".
Evidente que o ilustre Nem, empresário bem sucedido, não poderá falar mais de 20% do que sabe.
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23:59
3 de novembro de 2011
Flagrante passageiro
Fica o flagrante passageiro - conforme o F2, que parece que foi para a clandestinidade (?!?) - da invasão à USP, da disposição da nossa ordeira Polícia Militar do Estado de São Paulo, gloriosa e salve-salve, de entrar a fim de dar uns pescoções no pessoal da saudosa FFLCH, a fefeléch.
O sujeito (soldado? cabo? oficial?) estava em serviço sem identificação.
Infringiu vários regulamentos sem dúvida. Mas nunca saberemos quem foi. Era a intenção.
O sujeito (soldado? cabo? oficial?) estava em serviço sem identificação.
Infringiu vários regulamentos sem dúvida. Mas nunca saberemos quem foi. Era a intenção.
Tudo isso pra mostrar quem manda? |
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23:55
24 de outubro de 2011
fim do fim
Já
deu
nunca deu
quem sabe agora vai
entregar de vez
os pontos
vender à vista
a nossa vista
roubar o tempo que nos emprestou
certamente a juros
o tempo - relojoeiro judeu
de onde
nunca nada
vem
nunca nada
vem
que bem pode vir
nem nosso reino
nem nossa vontade
sai prá lá
de onde menos se espera
daí que não vem nada
mesmo.
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23:59
17 de outubro de 2011
15 de outubro de 2011
13 de outubro de 2011
A Máquina Paródica do Grifo - IX
Cenas dos capítulos anteriores
1 2 3 4 5 6 7 8
Resumo: O Grifo tem uma máquina paródica, e seu uso leva nossos heróis a estranhas situações
________________________________________________________________
O sujeito encolhia, quando levantei para interpelá-lo era já um mero sujeitinho, e sua impaciência tornava-se aflição, a olhos vistos, ouvidos, a olhos enxergantes. Segui na direção dele, "nós nada fizemos, meu caro, você e sua claque de seguranças são histéricos. Estou cheio de suas perguntas". Senti-me bem ao dizer; fui em sua direção, ele atingiu o tamanho de uma criança, e fugiu correndo para a direita.
Deixou de interessar-me; era pouco, ante o inusitado de a parede à minha frente dobrar-se, no seu canto esquerdo, uma curva abriu-se ante meus olhos, e o canto da parede projetou-se para trás, uma abertura, o lado escuro atrás da parede, não havia dúvidas que era a direção a seguir, deixar pra trás a sala vazia.
Até o pássaro se fora.
O caminho era escuro, como a entrada dos cinemas, entre duas cortinas, e meus passos eram surdos. Ainda tive de pressentir uma ou duas curvas com as mãos nas paredes forradas de tecido macio, antes que vislumbrasse luminosidade a mostrar o fim daquele corredor fechado. Andei naquela direção.
Do escuro, a luz; o ambiente era branco, iluminado, as janelas no alto eram multiplicadas por espelhos, muitos espelhos nas paredes, que refletiam à vertigem a cada passo. Uma sala de espelhos. Estava só e tive receio de olhar para os lados, hesitei inutilmente ante a multiplicação infinda da minha própria imagem.
Aflição da vertigem, penso que algo há de estar errado. O Grifo, afinal, deve saber de alguma coisa, onde terá se metido; quem serão aquelas pessoas à mesa, três à mesa, um quarto lugar, uma senhora me olha de modo suave e no entanto assertivo, o lugar, não há dúvida agora, está à minha espera.
1 2 3 4 5 6 7 8
Resumo: O Grifo tem uma máquina paródica, e seu uso leva nossos heróis a estranhas situações
________________________________________________________________
O sujeito encolhia, quando levantei para interpelá-lo era já um mero sujeitinho, e sua impaciência tornava-se aflição, a olhos vistos, ouvidos, a olhos enxergantes. Segui na direção dele, "nós nada fizemos, meu caro, você e sua claque de seguranças são histéricos. Estou cheio de suas perguntas". Senti-me bem ao dizer; fui em sua direção, ele atingiu o tamanho de uma criança, e fugiu correndo para a direita.
Deixou de interessar-me; era pouco, ante o inusitado de a parede à minha frente dobrar-se, no seu canto esquerdo, uma curva abriu-se ante meus olhos, e o canto da parede projetou-se para trás, uma abertura, o lado escuro atrás da parede, não havia dúvidas que era a direção a seguir, deixar pra trás a sala vazia.
Até o pássaro se fora.
O caminho era escuro, como a entrada dos cinemas, entre duas cortinas, e meus passos eram surdos. Ainda tive de pressentir uma ou duas curvas com as mãos nas paredes forradas de tecido macio, antes que vislumbrasse luminosidade a mostrar o fim daquele corredor fechado. Andei naquela direção.
Do escuro, a luz; o ambiente era branco, iluminado, as janelas no alto eram multiplicadas por espelhos, muitos espelhos nas paredes, que refletiam à vertigem a cada passo. Uma sala de espelhos. Estava só e tive receio de olhar para os lados, hesitei inutilmente ante a multiplicação infinda da minha própria imagem.
Aflição da vertigem, penso que algo há de estar errado. O Grifo, afinal, deve saber de alguma coisa, onde terá se metido; quem serão aquelas pessoas à mesa, três à mesa, um quarto lugar, uma senhora me olha de modo suave e no entanto assertivo, o lugar, não há dúvida agora, está à minha espera.
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02:02
9 de outubro de 2011
Os pupilos do Sr. Reitor
O Doutor Reitor empoçado por D José Serra I e único parece que vai afundar de vez o barco velho da USP - esse consegue, quem sabe; vem sucedendo bem àquela outra plagiária, quem era mesmo?
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02:30
7 de outubro de 2011
Edição de hoje d´O Cretino.
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22:44
5 de outubro de 2011
Ocupar Wall Street
A ironia do momento é que ninguém na TV, no jornal, nos sítios dos grupos grandes de comunicação na internet, ninguém fala nada sobre o movimento que vem acontecendo em Wall Street; eu mesmo não sabia que há mobilização permanente, transmitida ao vivo; houve prisões, há relatos de agressão policial.
Veja com seus próprios olhos.
Lembremos da emoção, da condescendência dos mesmos jornais, TV etc. com as manifestações árabes, chamadas de "primavera" de forma até demagógica. É o chamado "jornalismo Wando", feito com muito amor.
Sobre a ocupação de Wall Street, a rua do Muro, ninguém sai de cima do muro: é esse silêncio, ouvimos o vento ao fundo, pra ver se alguém fica embaraçado e de repente puxa outro assunto.
Veja com seus próprios olhos.
Lembremos da emoção, da condescendência dos mesmos jornais, TV etc. com as manifestações árabes, chamadas de "primavera" de forma até demagógica. É o chamado "jornalismo Wando", feito com muito amor.
Sobre a ocupação de Wall Street, a rua do Muro, ninguém sai de cima do muro: é esse silêncio, ouvimos o vento ao fundo, pra ver se alguém fica embaraçado e de repente puxa outro assunto.
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23:59
3 de outubro de 2011
A máquina paródica do Grifo - VIII
Sim. Ainda persiste a série interminente da máquina paródica de O Grifo. Nem nós sabemos a razão de tanta persistência. Cartas para a redação.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Dah, unhgs, eram monissílabos que o homem soltava entredentes, com esforço, com raiva. Iluminado pela única lâmpada pendurada no teto por um fio, via o suor em seu rosto cada vez que passava pela luz fraca, andando de um lado para o outro na sala vazia e sem graça.
Eu me sentava em uma cadeira metálica. Soube que devia esperar o que aquele sujeito, impaciente pelo jeito, iria dizer. Andava e andava mastigando seus dentes, na frente de uma parede de blocos, tijolos aparentes, as sombras da pálida lâmpada projetavam-se nos lados da parede. O nervosismo daquele inquisidor por algum motivo me deixava calmo, não vi motivo para inquietação. Até que ele berrou, de repente a cara vermelha, com as duas mãos apoiadas na mesa à sua frente:
- O que vocês fizeram??!!
Intrigavam-me os olhos a saltar das órbitas, a qualquer momento os globos poderiam pular, vivos; depois do berro, um silêncio, vi à minha direita um pássaro bater asas na gaiola. Engraçado. Não tinha percebido ele ali.
Mas estava tranquilo, estranhamente; o bater das asas do pássaro confirmava que tudo andava bem. Levantei-me, como quem explica, de boa vontade, como um otimista incorrigível, e expliquei para meu acusador boquiaberto, arfante:
- Mas, o que foi que eu fiz?
Pareceu incrédulo, e sua incredulidade o encolhia ante meus olhos.
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Dah, unhgs, eram monissílabos que o homem soltava entredentes, com esforço, com raiva. Iluminado pela única lâmpada pendurada no teto por um fio, via o suor em seu rosto cada vez que passava pela luz fraca, andando de um lado para o outro na sala vazia e sem graça.
Eu me sentava em uma cadeira metálica. Soube que devia esperar o que aquele sujeito, impaciente pelo jeito, iria dizer. Andava e andava mastigando seus dentes, na frente de uma parede de blocos, tijolos aparentes, as sombras da pálida lâmpada projetavam-se nos lados da parede. O nervosismo daquele inquisidor por algum motivo me deixava calmo, não vi motivo para inquietação. Até que ele berrou, de repente a cara vermelha, com as duas mãos apoiadas na mesa à sua frente:
- O que vocês fizeram??!!
Intrigavam-me os olhos a saltar das órbitas, a qualquer momento os globos poderiam pular, vivos; depois do berro, um silêncio, vi à minha direita um pássaro bater asas na gaiola. Engraçado. Não tinha percebido ele ali.
Mas estava tranquilo, estranhamente; o bater das asas do pássaro confirmava que tudo andava bem. Levantei-me, como quem explica, de boa vontade, como um otimista incorrigível, e expliquei para meu acusador boquiaberto, arfante:
- Mas, o que foi que eu fiz?
Pareceu incrédulo, e sua incredulidade o encolhia ante meus olhos.
Continua...
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23:30
12 de setembro de 2011
Amy, amy
Já não se fazem mais
mortes trágicas
de heróis
da indústria fonográfica
como antigamente;
subiam à pira pirados, num último delírio;
hoje, que maçada, morrem em tratamento:
morrem do remédio, e não do veneno.
mortes trágicas
de heróis
da indústria fonográfica
como antigamente;
subiam à pira pirados, num último delírio;
hoje, que maçada, morrem em tratamento:
morrem do remédio, e não do veneno.
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23:30
9 de setembro de 2011
S/n°, levemente alcóolica
Grave a noite
os cães latem na rua
o vinho pensa
ressurecta uva
os ônibus passam sonolentos na avenida
o mundo medita se chove chuva
eis a paciência desmedida
das coisas acontecendo
em ritmo corrente -
os cães latem na rua
o vinho pensa
ressurecta uva
os ônibus passam sonolentos na avenida
o mundo medita se chove chuva
eis a paciência desmedida
das coisas acontecendo
em ritmo corrente -
a água
pingasempre
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21:44
3 de setembro de 2011
1 de setembro de 2011
Os maiores juros do mundo
A moeda circula por todo o orbe |
A queda de meio por cento nos juros pagos pelo Tesouro é um cataclisma institucional para os jornais de hoje.
Os rentistas não cederão um palmo de terreno sem luta. Eles sabem mais do que ninguém que têm muito (só eles sabem exatamente quanto) a perder.
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12:01
30 de agosto de 2011
Cantar é mover o dom
O Grifo, esse animal multímodo, adora animais. Eis uma amostra da arte de um de seus cãezinhos de estimação.
Temos um buldogue que domina o contraponto.
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00:30
27 de agosto de 2011
Agro Ogro
![]() |
Soja Ogra - arte: ars pauperrima |
Nossa contribuição a uma campanha publicitária de molhar os olhos...
Soja - ela é commoditie pelo facilidade de armazenagem - nem os ratos se interessam.
________________________
Emocionados, não deixamos de cometer o bom versinho
O Ogro Agro pestaneja
sertanojo da bagaça, do trabalho
alheia o ágio com trapaças e aprovos,
semeia a peste com desdouro manifesto.
O grão grato não rompe mais o chão,
que o Ogro conseguiu o exílio de Deméter;
agora, a semente é sogra, avara e magra,
e brota a borrifos de veneno: Roundup Ready.
gratias F2
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05:55
24 de agosto de 2011
Breve alerta
Acautelai-vos, amigos,
com o ouro urdido pelas mãos do coxo Hefesto.
Não se sente quando enreda,
mas paralisa o incauto em abraço funesto.
As delícias que promete
nada são mais que iscas, e contêm a negra peste.
Se te lançares ao desfrute
e fordes na trama inescapável enredado,
neste dia memorável, meu amigo,
hás de lembrar - ai de ti - deste breve alerta.
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23:59
22 de agosto de 2011
A criança de Huitzilopochtli
Ouvi outro dia mesmo, uma mãe perguntou para seu filho, já adolescente, o que queria estudar, essas coisas, e o menino: "quero estudar mecatrônica, para trabalhar na indústria bélica".
Ups.
Por que será que ele veio a querer isso? Porque os mais jovens entendem mais a época que se avizinha, como se viessem sintonizados com o porvir, ou será que o futuro é moldado pelos desejos deles, que o viverão?
De qualquer forma, parece que a indústria bélica vai continuar ganhando muito. Vi análises perfeitamente racionais, segundo as quais o momento faz relembrar 1929, e a reação na verdade insuficiente do New Deal. O ano de 1937 viu nova crise precipitar-se, a economia só voltou a crescer com a guerra, paradoxalmente.
Será essa tendência paradoxal das sociedades humanas, e das economias também humanas, um desejo de imitar na nossa patética escala humana a respiração cósmica de Brahma, que inclui a criação, o florescimento e a destruição de mundos? Ou será um movimento quase instintivo, a auto-destruição de uma espécie enjaulada, horrorizada ao olhar a volta e ver o mundo todo tomado por seus semelhantes?
Em todo o mundo, grupos políticos raivosos parecem dominar a política, mesmo à despeito da vontade popular, que assiste a tudo como que anestesiada, sem canais de expressão.
Sei não. Eu tenho filho pra criar, sai pra lá, Huitzilopochtli.
Ups.
Por que será que ele veio a querer isso? Porque os mais jovens entendem mais a época que se avizinha, como se viessem sintonizados com o porvir, ou será que o futuro é moldado pelos desejos deles, que o viverão?
Veremos o retorno do reprimido? |
Será essa tendência paradoxal das sociedades humanas, e das economias também humanas, um desejo de imitar na nossa patética escala humana a respiração cósmica de Brahma, que inclui a criação, o florescimento e a destruição de mundos? Ou será um movimento quase instintivo, a auto-destruição de uma espécie enjaulada, horrorizada ao olhar a volta e ver o mundo todo tomado por seus semelhantes?
Em todo o mundo, grupos políticos raivosos parecem dominar a política, mesmo à despeito da vontade popular, que assiste a tudo como que anestesiada, sem canais de expressão.
Sei não. Eu tenho filho pra criar, sai pra lá, Huitzilopochtli.
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22:33
18 de agosto de 2011
Anotação
Em Outras Inquisições, Jorge Luis Borges conta essa história, que há de querer dizer alguma coisa. Aprendemos que o Buda foi canonizado santo cristão. E nós que achávamos que sincréticos eram os outros. Mas antes é preciso conhecer a história do príncipe Gautama, que se tornou o Buda.
"No início do século VII, um monge cristão escreveu o romance intitulado Barlaão e
Josafá; Josafá (Josafat -- Bodhisattva) é filho de um rei da índia; os astrólogos
predizem que ele reinará sobre um reino maior, que é o da Glória; o rei confina-o em
um palácio, mas Josafá descobre o infortúnio da condição humana na figura de um
cego, de um leproso e de um moribundo e, por fim, é convertido à fé pelo ermitão
Barlaão. Essa versão cristã da lenda foi traduzida para muitos idiomas,
inclusive o holandês e o latim; a pedido do Haakon Haakonarson, foi composta
na Islândia, em meados do século XIII, uma Barlaams Saga. O cardeal César
Barônio incluiu Josafá em sua revisão (1585-1590) do Martirológio Romano;
em 1615, Diogo do Couto denunciou, em sua continuação das Décadas, as
analogias da falsa fábula indiana com a verdadeira e piedosa história de São
Josafá. Tudo isso e muito mais o leitor poderá encontrar no primeiro volume de
Orígenes de la Novela, de Menéndez y Pelayo."
"No início do século VII, um monge cristão escreveu o romance intitulado Barlaão e
Josafá; Josafá (Josafat -- Bodhisattva) é filho de um rei da índia; os astrólogos
predizem que ele reinará sobre um reino maior, que é o da Glória; o rei confina-o em
um palácio, mas Josafá descobre o infortúnio da condição humana na figura de um
cego, de um leproso e de um moribundo e, por fim, é convertido à fé pelo ermitão
Barlaão. Essa versão cristã da lenda foi traduzida para muitos idiomas,
inclusive o holandês e o latim; a pedido do Haakon Haakonarson, foi composta
na Islândia, em meados do século XIII, uma Barlaams Saga. O cardeal César
Barônio incluiu Josafá em sua revisão (1585-1590) do Martirológio Romano;
em 1615, Diogo do Couto denunciou, em sua continuação das Décadas, as
analogias da falsa fábula indiana com a verdadeira e piedosa história de São
Josafá. Tudo isso e muito mais o leitor poderá encontrar no primeiro volume de
Orígenes de la Novela, de Menéndez y Pelayo."
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06:00
16 de agosto de 2011
13 de agosto de 2011
Libertas quae sera tamen
Liberdade, ainda que tarde
Custou-me compreender que o jugo interno é que liberta.
Tive muita fantasia de liberdade, de exercer uma imaginação sem freio, de nada fazer enfim, porque nada me constrangia; imaginando-me livre, vi-me jungido dum jugo quase maior que a vida.
Outra ilusão aprisionante é condescender com os impulsos mais obscuros, ou gratuitos, simplesmente porque lá estão; oposto de liberdade, é embrutecimento.
Encontro as pessoas que não se apegaram a um dever-ser, e deixaram de assumir um compromisso maior, e nossos olhares se desencontram. Mas, estou moralizante demais. Apenas intuí essa verdade superior em meio à minha própria ignorância, e a respeito. Percebo que faz todo o sentido.
Custou-me compreender que o jugo interno é que liberta.
Tive muita fantasia de liberdade, de exercer uma imaginação sem freio, de nada fazer enfim, porque nada me constrangia; imaginando-me livre, vi-me jungido dum jugo quase maior que a vida.
Outra ilusão aprisionante é condescender com os impulsos mais obscuros, ou gratuitos, simplesmente porque lá estão; oposto de liberdade, é embrutecimento.
Encontro as pessoas que não se apegaram a um dever-ser, e deixaram de assumir um compromisso maior, e nossos olhares se desencontram. Mas, estou moralizante demais. Apenas intuí essa verdade superior em meio à minha própria ignorância, e a respeito. Percebo que faz todo o sentido.
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01:00
10 de agosto de 2011
Cães e lobos
A arqueologia e a paleontologia são fantásticas. Quem dedica a vida a essas ciências é privilegiado. Mas suas as aproximações e tentativas que têm de fazer são quase desesperadas, como só os apaixonados conseguem.
Eu também terei, no caso desse fóssil canino da Sibéria , meu palpite a dar; sua comprovação é tão boa quanto qualquer hipótese paleontológica (desculpem a falta de modéstia). Trata-se de um texto sobre a origem enigmática do culto do Apolo Lobo, Apollon Lykos, o Apolo Liceu.
Então é uma postagem meio sem jeito, propagandeando um texto que eu preciso achar lá em casa, nos meus guardados.
Eu também terei, no caso desse fóssil canino da Sibéria , meu palpite a dar; sua comprovação é tão boa quanto qualquer hipótese paleontológica (desculpem a falta de modéstia). Trata-se de um texto sobre a origem enigmática do culto do Apolo Lobo, Apollon Lykos, o Apolo Liceu.
Então é uma postagem meio sem jeito, propagandeando um texto que eu preciso achar lá em casa, nos meus guardados.
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22:11
7 de agosto de 2011
À beira do abismo
Se houvesse racionalidade no capitalismo financeiro, essa seria a hora do reformismo.
Seria preciso mudar alguma coisa para que tudo continuasse igual.
Mas não há; o que tem é um bando de fanáticos e alguns céticos, outros cínicos; ninguém liga de estar em um ônibus em alta velocidade à beira do abismo.
Não sei se arranjo uma consulta num psiquiatra, estou achando as hipóteses conspiratórias de Bilderberg, do estratagema Obama bem razoáveis. Afinal, o sujeito engoliu uma derrota parlamentar para um grupo de palhaços quando havia opções institucionais à mão, com a consequência previsível de agravar uma crise, essa sim imprevisível.
Seria preciso mudar alguma coisa para que tudo continuasse igual.
Mas não há; o que tem é um bando de fanáticos e alguns céticos, outros cínicos; ninguém liga de estar em um ônibus em alta velocidade à beira do abismo.
Não sei se arranjo uma consulta num psiquiatra, estou achando as hipóteses conspiratórias de Bilderberg, do estratagema Obama bem razoáveis. Afinal, o sujeito engoliu uma derrota parlamentar para um grupo de palhaços quando havia opções institucionais à mão, com a consequência previsível de agravar uma crise, essa sim imprevisível.
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01:01
5 de agosto de 2011
Saudade do coturno
As vivandeiras da caserna já estão mais gastas, mas ainda ficam excitadas...
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09:43
4 de agosto de 2011
Pergunta Cretina
Se o evangelho ensina que os juros são função do risco, porque os títulos do tesouro brasileiro pagam tanto juro, e os títulos norte-americanos, esse país insolvente, não pagam quase nada?
Respostas para a redação.
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23:30
6 de julho de 2011
O Banco dos Mendigos e o capital da miséria
Temos visto, da redação d´O Grifo, um mimoso filminho e uma trilha animada nas rádios exortando o respeitável (?!?) público a não utilizar o papel-moeda, essa coisa repentinamente declassée e de profundo mau gosto.
Como nos entretivemos com o tal filminho!
Tanta coisa nos ensinou o filmeco. Primeiro, que quem fala uma variante do castelhano é brega, cafona, em suma, uma gente de quem devemos fugir correndo. Já não sabíamos disso?
Outra, é que deveríamos ter vergonha de usar algo tão antiquado como o papel-moeda nas nossas compras diárias, na padaria, no botequim, na farmácia e nos bons estabelecimentos que a distinta leitora e o digno leitor usam frequentar.
A salvo das gaffes, devemos agradecer a benemerência das instituições bancárias, que nos oferecem, a custo módico, esses assépticos cartões de plástico, a moeda do futuro que já chegou?
Talvez, mas antes pensemos um pouco. Os irmãos Dupond e Dupont diziam com sua sagacidade habitual: cui bono?
Meus amigos, a voracidade do sistema financeiro chegou ao ponto máximo; os bancos querem conservar consigo nossos trocados, está brigando - como no filminho - pelo troco.
Pretende que mantenhamos nosso dinheiro o máximo no banco, utilizando os cartões para todas as transações, de forma que sempre é preciso ter dinheiro na conta.
Pretende que mantenhamos nosso dinheiro o máximo no banco, utilizando os cartões para todas as transações, de forma que sempre é preciso ter dinheiro na conta.
O assalariado, essa raça que não se extingue pelos serviços que presta compulsoriamente aos donos do capital, tem dinheiro na conta quando recebe seu salário, dinheiro que vai sendo progressivamente sacado, conforme o didático gráfico abaixo, até o agônico fim de mês, quando o assalariado fica sem nada aguardando o próximo salário.
gráfico I: bureau de estatísticas econômicas de O Grifo/ars pauperrima |
Com a solução mágica dos cartões de plástico, o correntista não faz saques além do estritamente gasto, não fica com aquelas notas que sobram -- o troco. Não: o troco agora será do banco. Este capital restante será devidamente usado na "alavancagem" monetária, na criação de moeda, essa liturgia moderna operada pelos bancos, objeto de fé universal.
A tendência, teoricamente, ficaria melhor representada pelo gráfico abaixo: os restos continuam na conta, pois o correntista precisa mantê-la com saldo para poder usar o seu cartão.
gráfico II: bureau de estatísticas econômicas de O Grifo / ars pauperrima |
O banco fica mais tempo com nosso troco, e com ele opera a "criação de riqueza" da economia de hoje, mais e mais exclusivamente financeira.
Além disso, existe uma mágica adicional: os bancos conseguiram criar um tributo sobre todo o comércio, com o uso de cartões, sem necessidade de lei, ou seja, a despeito da soberania popular (??), e o impõem sem que tenham sua própria polícia, bastam-lhe os anúncios de TV pelos quais associam suas máquinas de cartão a miraculosas facilidades e confortos.
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23:30
26 de junho de 2011
Astronômica
Da Astronomica, de Manilius:
Aurato princeps Aries in vellere fulgens
respicit admirans aversum surgere Taurum
summisso vultu Geminos et fronte vocantem.
quos sequitur Cancer, Cancrum Leo, Virgo Leonem.
aequato tum Libra die cum tempore noctis
attrahit ardenti fulgentem Scorpion astro.
in cuius caudam contento dirigit arcu
mixtus equo volucrem missurus iamque sagittam.
tum venit angusto Capricornus sidere flexus;
post hunc inflexa defundit Aquarius urna
Piscibus assuetas avide subeuntibus undas,
quos Aries tangit claudentis ultima signa
O príncipe Áries, esplêndido em seu velo dourado,
volta-se admirado a ver a ascensão de Touro,
que, de cabeça baixa, chama os Gêmeos.
A eles segue-se Câncer, a Câncer Leão, a Leão Virgem.
Então Libra, tendo igualado ao dia a duração da noite,
Atrai o brilhante Escorpião, com sua constelação em fogo,
Em cuja cauda ao arco verga
O meio cavalo (meio homem), que aponta a flecha na direção (da constelação) de Cygnus.
Depois vem Capricórnio, confinado em constelação estreita;
Depois desses, o Aguadeiro (Aquário), curvado, esvazia a bilha
Para os Peixes sequiosos da água, em que se movem,
Aos quais, como último signo, tocam Áries, em conclusão.
Aurato princeps Aries in vellere fulgens
respicit admirans aversum surgere Taurum
summisso vultu Geminos et fronte vocantem.
quos sequitur Cancer, Cancrum Leo, Virgo Leonem.
aequato tum Libra die cum tempore noctis
attrahit ardenti fulgentem Scorpion astro.
in cuius caudam contento dirigit arcu
mixtus equo volucrem missurus iamque sagittam.
tum venit angusto Capricornus sidere flexus;
post hunc inflexa defundit Aquarius urna
Piscibus assuetas avide subeuntibus undas,
quos Aries tangit claudentis ultima signa
O príncipe Áries, esplêndido em seu velo dourado,
volta-se admirado a ver a ascensão de Touro,
que, de cabeça baixa, chama os Gêmeos.
A eles segue-se Câncer, a Câncer Leão, a Leão Virgem.
Então Libra, tendo igualado ao dia a duração da noite,
Atrai o brilhante Escorpião, com sua constelação em fogo,
Em cuja cauda ao arco verga
O meio cavalo (meio homem), que aponta a flecha na direção (da constelação) de Cygnus.
Depois vem Capricórnio, confinado em constelação estreita;
Depois desses, o Aguadeiro (Aquário), curvado, esvazia a bilha
Para os Peixes sequiosos da água, em que se movem,
Aos quais, como último signo, tocam Áries, em conclusão.
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11:00
23 de junho de 2011
18 de junho de 2011
Lógica do sono e do enjôo
Por não mais saber o que sabia, procurou a sabedoria dos velhos manuais.
A lombada imponente sempre ajudava.
Cogito ergo sum
Credo quia absurdum
Então chegou a formular esta certeza: Não é porque acredito que será falso.
E outro axioma de seu sistema particular, aparentemente contraditório com o primeiro: Caso eu imagine alguma coisa, provavelmente ela não acontecerá nos mínimos detalhes. A previsão e a profecia são impossíveis.
Não consta que tenha vivido melhor ou pior que os outros por acreditar em tais postulados, mas sofreu muito de insônia.
A lombada imponente sempre ajudava.
Cogito ergo sum
Credo quia absurdum
Então chegou a formular esta certeza: Não é porque acredito que será falso.
E outro axioma de seu sistema particular, aparentemente contraditório com o primeiro: Caso eu imagine alguma coisa, provavelmente ela não acontecerá nos mínimos detalhes. A previsão e a profecia são impossíveis.
Não consta que tenha vivido melhor ou pior que os outros por acreditar em tais postulados, mas sofreu muito de insônia.
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02:22
15 de junho de 2011
Acta est Fabula
Toda lei deriva da prática social.
Se a lei proíbe, é porque alguém faz.
Se a lei permite, também.
Supor o contrário é perverter a natureza da coisa.
Gracias F2
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11:21
13 de junho de 2011
Nada de novo sob o sol
Leiam isso e vejam que o tal Governo Mundial, que alguns paranóicos úteis acham que será institucionalizado, já está instalado e funcionando bem.
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01:01
9 de junho de 2011
Maravilhas de Bruzundunga
Não é lindo ser dono de banco neste nosso (de quem?) país?
Funciona assim, o banco é assaltado, seus caixas eletrônicos são arrombados e saqueados.
A solução inteligente: a máquina, ao ser arrombada, tinge as cédulas de dinheiro. O ladrão leva o dinheiro do mesmo jeito, mas o dinheiro está pintado.
Então não era melhor colocar lá uns guardas, para evitar que o sujeito leve o dinheiro?
Não, seu burro!
Guarda custa caro, tem de pagar, tem salário, benefícios, enfim uma canseira sem igual.
(última forma: o BC voltou atrás. Há de ter sido pela campanha inflamada deste Grifo)
O produto do roubo não é mais nada. Roubaram vento, menos que vento.
Não é inteligente a solução? Os caras roubam o banco, o dinheiro não vale mais. Quem perde é você, idiota que recebe uma nota dessas. Porque aquele dinheiro não vale mais nada.
Contabilmente, de uma penada, o dinheiro sumido não é prejuízo do banco.
Agora, o cretino, digamos aposentado que vai e retira sua aposentadoria na máquina do banco, e, digamos, uns 40% do valor da aposentadoria, ou quem sabe 80%, vêm em notas pintadas, que o idiota não percebe. O aposentado, que vive a causar rombos nas contas públicos, perdeu. As notas não valem.
O problema é que ele é tonto, está acostumado a confiar que o banco vai dar a ele seu dinheirinho, deduzidas evidentemente as taxas (aquelas que cobrem todo o custo operacional do banco) quando ele pedir.
O banco dá. A nota é pintada. Ah, então, como aquele dinheiro não é mais dinheiro (ganha uma bala na cara aquele que refletir sobre a dimensão ontológica do capital) - então o sujeito, aquele aposentado cretino, pode sacar de novo, certo?
Claro que não! Quem ele pensa que é? O dinheiro já saiu da conta dele! O banco é uma instituição séria!
A conta corrente foi debitada, e o crédito não existe.
Como pode ser isso? O dinheiro sumiu?
Não sumiu com o assaltante, porque já não valia nada na hora em que o meliante arrombou o caixa.
Com quem você acha que está o dinheiro?
Além do dinheiro não valer nada, o banco ainda tem o crédito oculto daquela grana roubada que eventualmente estiver em circulação.
Sorria, você está sendo assaltado. Resta o custo do papel moeda inutilizado; esse vai ser pago pela Casa da Moeda. É dinheiro público, então; isso, já sabemos, é coisa de trouxa. O dinheiro e os aparelhos do banco já estavam, de toda forma, sob seguro.
Funciona assim, o banco é assaltado, seus caixas eletrônicos são arrombados e saqueados.
A solução inteligente: a máquina, ao ser arrombada, tinge as cédulas de dinheiro. O ladrão leva o dinheiro do mesmo jeito, mas o dinheiro está pintado.
Então não era melhor colocar lá uns guardas, para evitar que o sujeito leve o dinheiro?
Não, seu burro!
Guarda custa caro, tem de pagar, tem salário, benefícios, enfim uma canseira sem igual.
Muito melhor apelar para a tradicional bonomia do brasileiro, esse mulato inzoneiro, essa gente bronzeada de tanto valor.
A nota pintada não vale mais. Pronto.
(última forma: o BC voltou atrás. Há de ter sido pela campanha inflamada deste Grifo)
O produto do roubo não é mais nada. Roubaram vento, menos que vento.
O detalhezinho é que você, incauto que sequer possui um banco, pode pegar umas dessas notas por aí. Inclusive num caixa de banco. E daí o prejuízo é seu.
O banco pode repassar a nota pintada pra você, você não pode repassar ao banco, quem você pensa que é?Não é inteligente a solução? Os caras roubam o banco, o dinheiro não vale mais. Quem perde é você, idiota que recebe uma nota dessas. Porque aquele dinheiro não vale mais nada.
Contabilmente, de uma penada, o dinheiro sumido não é prejuízo do banco.
Agora, o cretino, digamos aposentado que vai e retira sua aposentadoria na máquina do banco, e, digamos, uns 40% do valor da aposentadoria, ou quem sabe 80%, vêm em notas pintadas, que o idiota não percebe. O aposentado, que vive a causar rombos nas contas públicos, perdeu. As notas não valem.
O problema é que ele é tonto, está acostumado a confiar que o banco vai dar a ele seu dinheirinho, deduzidas evidentemente as taxas (aquelas que cobrem todo o custo operacional do banco) quando ele pedir.
O banco dá. A nota é pintada. Ah, então, como aquele dinheiro não é mais dinheiro (ganha uma bala na cara aquele que refletir sobre a dimensão ontológica do capital) - então o sujeito, aquele aposentado cretino, pode sacar de novo, certo?
Claro que não! Quem ele pensa que é? O dinheiro já saiu da conta dele! O banco é uma instituição séria!
A conta corrente foi debitada, e o crédito não existe.
Como pode ser isso? O dinheiro sumiu?
Não sumiu com o assaltante, porque já não valia nada na hora em que o meliante arrombou o caixa.
Com quem você acha que está o dinheiro?

Quando seu dinheiro entrou no banco, era bom.
Quando saiu, não era mais seu, nem era mais dinheiro.
Sorria, você está sendo assaltado. Resta o custo do papel moeda inutilizado; esse vai ser pago pela Casa da Moeda. É dinheiro público, então; isso, já sabemos, é coisa de trouxa. O dinheiro e os aparelhos do banco já estavam, de toda forma, sob seguro.
O Banco Central anunciou no dia 1°que notas de real danificadas por dispositivoantifurto instalados nos caixas eletrônicos,alvo de numerosos ataques por ladrões recentemente, não serão válidas para efetuar pagamentos e quem as possuir não será ressarcido dos valores.
Para o Procon-SP “não é admissível que uma medida de segurança privada intrínseca à atividade bancária seja repassada à população.
Essas notas danificadas já circulam no mercado, inclusive nos pontos de atendimento das instituições financeiras, como os
caixas eletrônicos. O consumidor que realizar um saque de um caixa eletrônico e se deparar com uma nota manchada não terá como contestar e pedir a reparação de imediato.”
Por esse motivo, o Procon-SP oficiou ao Banco Central solicitando esclarecimentos e readequação das normas às diretrizes do Código de Defesa do Consumidor, que pressupõe a boa-fé. Até que haja manifestação do BC, os consumidores devem ter atenção redobrada e não aceitar nenhuma nota suspeita. De acordo com o BC, o objetivo da medida é dificultar a circulação de notas roubadas ou furtadas e ajudar na redução dos casos de furtos e roubos a caixas eletrônicos que vêm acontecendo nos últimos meses. A decisão consta de regulamentação específica do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (BC), por meio da Resolução 3.981 e Circular 3.538, que orientam o portador de nota
danificada a procurar uma agência bancária e entregá-la. A nota será encaminhada para análise e, caso fique comprovado que o dano foi em decorrência do dispositivo antifurto, o banco comunicará ao portador. Os valores não serão ressarcidos.
Da Agência Imprensa Oficial e da Assessoria de Imprensa do Procon-SP

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17:00
7 de junho de 2011
19 de maio de 2011
A volta dos indispensáveis clássicos em pílulas
Lexotan™ tem o prazer de apresentar mais um clássico em pílulas, a série que mostra que as pessoas engolem qualquer coisa, desde que bem acondicionada -
Casa de família é séria, índio bom é índio do nosso lado; e essa lama que não sai de nosso pé.
O GUARANI
Casa de família é séria, índio bom é índio do nosso lado; e essa lama que não sai de nosso pé.
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23:30
10 de maio de 2011
Os colaboradores d´O Grifo não nos dão descanso
Carlos Ângelo - será o Benedito? - envia tijolo certeiro
A expectativa censurada
Leitura livre, acesso permitido pelo autor
A expectativa censurada
Leitura livre, acesso permitido pelo autor
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23:59
5 de maio de 2011
O grande deus dólar morreu
Obama, Osama, o par mínimo que une o mandante do crime e o defunto sem corpo, o ausente e o onipresente da TV, do olho eletrônico do Eschelon e das bases militares, o mesmo e o outro, a dança macabra sem sentido diante de milhões de histéricos e enjaulados cidadãos do mundo livre. Haja droga, haja "burnout" de excitação histérica, haja estímulo para mover esse cadáver inchado que apodrece diante de todos nós; haja armamento e paranóia para fazer estalar o mundo na derrocada do deus dólar.
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08:47
28 de abril de 2011
Abril é o mês mais cruel
APRIL is the cruellest month, breeding
Lilacs out of the dead land, mixing
Memory and desire, stirring
Dull roots with spring rain.
Abril é o mês mais cruel, esse outono incerto
esse ar de deserto com uma garoa gelada.
Deusa Salus, que fiz eu que não nos visita mais em casa?
Volta, que precisamos de você demais, por Asclépio.
Lilacs out of the dead land, mixing
Memory and desire, stirring
Dull roots with spring rain.
Abril é o mês mais cruel, esse outono incerto
esse ar de deserto com uma garoa gelada.
Deusa Salus, que fiz eu que não nos visita mais em casa?
Volta, que precisamos de você demais, por Asclépio.
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mvacker@gmail.com
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14:16
13 de abril de 2011
Paisagem Sem Vista
Manhã na cidade,
passa um homem,
andando
Passa um carro
andando
Passa um mundo de carros,
um mundo de gente,
e os ônibus cheios de gente
e de todo lado vai andando gente
daqui pra cá, e pra toda parte
sem conta,
e nos prédios se apinham
gente sobre gente
sem conta
e depressa
E a prosa não tem rumo, não tem prosa
espremida entre quatro paredes, entre as portas dum carro,
as perguntas não têm resposta, a prece muda e morta do rádio
nos guia às cegas pelos escombros baldios,
e as avenidas largas, maiores que as de babilônia,
levam aos desvãos mais escuros e mortos, sem remédio
aos becos sinistros de poeira, restos e graxa,
aos baixios do glicério onde a cidade que existe
nem se esconde, existe escura e sob a camada de luzes, cores sobre cimento das construtoras que querem normalizar o ambiente
queremos estas quadras sem rumo
mais prédios de gente
sem conta
e depressa
e seremos outros tantos
como nós
e os becos escuros existirão noutra parte
como nós
passa um homem,
andando
Passa um carro
andando
Passa um mundo de carros,
um mundo de gente,
e os ônibus cheios de gente
e de todo lado vai andando gente
daqui pra cá, e pra toda parte
sem conta,
e nos prédios se apinham
gente sobre gente
sem conta
e depressa
E a prosa não tem rumo, não tem prosa
espremida entre quatro paredes, entre as portas dum carro,
as perguntas não têm resposta, a prece muda e morta do rádio
nos guia às cegas pelos escombros baldios,
e as avenidas largas, maiores que as de babilônia,
levam aos desvãos mais escuros e mortos, sem remédio
aos becos sinistros de poeira, restos e graxa,
aos baixios do glicério onde a cidade que existe
nem se esconde, existe escura e sob a camada de luzes, cores sobre cimento das construtoras que querem normalizar o ambiente
queremos estas quadras sem rumo
mais prédios de gente
sem conta
e depressa
e seremos outros tantos
como nós
e os becos escuros existirão noutra parte
como nós
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22:55
24 de março de 2011
Lexotan® apresenta:
Clássicos em pílulas
Esta série benemérita de sucesso mostra que o público aceita tudo, desde que bem acondicionado. Hoje temos a honra de trazer a vocês, em movimento contrário, mais um clássico imortal:
A ODISSÉIA
O último rei morreu na cama, depois de flechar os folgados que estavam de olho na patroa, quando chegou em casa como mendigo, vindo do mar; o seu barco afundou tantas vezes porque o mar tinha raiva dele, tudo por causa de um churrasquinho em que seu pessoal se excedeu. Faturou feiticeiras, resistiu a sereias. Só queria chegar em casa, depois de vender gato por lebre aos inimigos numa guerra braba, na qual teria dado uma boiada para não entrar.
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06:00
21 de março de 2011
20 de março de 2011
Os Clássicos em Pílulas Apresenta:
Sob o patrocínio generoso de Lexotan, temos a honra de apresentar, encapsulado em pílula literária, mais um clássico memorável:
A batalha é a mesma para todos, meu velho. Trocamos os passos de Dédalo, tropeçamos. Tudo é reflexo doutroflexo. Acaba de preferência na cama.
Ulisses
A batalha é a mesma para todos, meu velho. Trocamos os passos de Dédalo, tropeçamos. Tudo é reflexo doutroflexo. Acaba de preferência na cama.
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06:00
17 de março de 2011
15 de março de 2011
O ataque impiedoso do velho rabugento
Eu hoje sou velho e rabugento. Reclamo de tudo e de todos.
Agora vou comprar uma bengala, e assestar vigorosos golpes em tudo o que me aborrece. Minha mulher, aquela santa, terá de ir me resgatar no distrito policial toda vez em que for assaltado dessa fúria que se permite aos velhos. Tudo pode merecer bangalada; como diria qualquer engraçadinho, un coup de canne jamais n´abolira le hasard.
Por exemplo, a mania submissa da pronúncia. Hoje de manhã me irritou. Esse pessoal que tem alergia à língua portuguesa e desanda a falar qualquer palavra estrangeira enrolando a língua, torcendo a boca pra não sujar a palavra gringa, bacana, com as cores desse português brasileiro, chinfrim e mulatinho - como aquele presidente.
E dê-lhe core - fala-se, meus amigos, como o vocábulo latino "cor" com a pronúncia de Piracicaba. Se a gente disser isso a um desses puristas da pronúncia, ele fica triste, ressabiado, a gente estraga o prazer dele falar bonito. Que nem em Piracicaba não, isso nunca. Se fosse 5th Avenue, Faubourg St. Honoré, vá lá...
O pretenso valor social da pronúncia não passa de um manto esfarrapado que esconde a ignorância dos que o usam, pois o importante não é ser adestrado na língua do outro, mas conhecer a sua. Vê se o alemão sabe pronunciar "Pixinguinha", ou o americano; isso não os impede nunca de conhecer tudo a respeito.
Mas o melhor de tudo isso é que achei boa a idéia de descrever a pronúncia conforme aí em cima. Está inaugurado o Dicionário Prosódico do Velho Rabugento, a que me dedicarei com empenho. Um impulso positivo; até passou a vontade de dar bengaladas.
Minha mulher não vai ter de me retirar do distrito, pelo bem da harmonia familiar.
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20:30
5 de março de 2011
Notícias à venda
Qual espaço não está, nos jornais?
Eu ainda leio quase todo dia o Estado de São Paulo. Nem sei porque, o hábito.
Desconfiado, leio. Nem tudo é verdade, muito é distorcido ou filtrado.
O noticiário político, sim. O noticiário de esportes, pode ser, quando tem interesses pesados.
O internacional, sem comentários.
A coluna social, essa virou de opinião. E noticiosa. O tamanho do porre que matou o presidente do TJ, só deu lá.
Agora, mexerem com a previsão do tempo foi demais. Antes do carnaval, nessa sequência de chuvas em São Paulo, inventaram que ia parar de chover. 0% de chuva, é como eles escrevem. Saiu na 6ª, voltaram a repetir no sábado.

Não foi só no estadão, não; o rádio deu a mesmíssima previsão. Parece teoria conspiratória, mas não é; é a lógica do máximo desempenho aplicada às "modernas" empresas de comunicação.
O astrólogo previu a ascenção irresistível de José Serra. Agora, a previsão do tempo. O último território virgem, parece, são os obituários. Será?
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19:00
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